Diversidade nas aulas de português como língua estrangeira

Papo de Profes
3 min readJun 23, 2020

Não sei se você sabe, mas o Brasil é o país onde mais se mata LGBTs em todo o mundo. E uma das melhores formas de transformar um tema tabu em algo natural é justamente falar sobre ele.

Se não fosse o Covid-19, no mês de junho, a cidade São Paulo teria sido palco da maior Parada do Orgulho LGTB do mundo! Só no ano passado, o evento recebeu 3 milhões de pessoas que foram às ruas pelo direito de poder simplesmente ser quem são num país tão intolerante à diversidade de gênero.

Na Semana do Orgulho LGBT, separamos alguns materiais que você pode usar para abordar o tema em suas aulas de português como língua estrangeira, inclusive com os seus alunos de negócios. Guarde as outras sugestões e aproveite-as para tratar do assunto durante todo o ano.

Vídeo — O que foi a criminalização da homofobia?

Material produzido pelo ótimo canal Quebrando o Tabu sobre o crime de homofobia (sem lei específica, por enquanto equiparado ao crime de racismo) em 2019. A explicação é feita pelo ativista e YouTuber Vitor Dicastro e apoiada por muitos elementos visuais que podem ajudar na compreensão do material pelos seus alunos.

Dá para planejar atividades de compreensão auditiva, usar como vídeo disparador de um debate ou outras propostas que você considere mais adequada para seus alunos ou para suas turmas.

Vídeo — como funciona a Casa Florescer, único centro de acolhida de mulheres trans do Brasil

Tive o privilégio de participar da produção desse mini documentário sobre o importante e belo trabalho de acolhimento e empoderamento de mulheres trans realizado por essa instituição, que fica aqui em São Paulo. Dentre as atividades da Casa Florescer estão o encaminhamento das moradoras para serviços de saúde e de educação, bem como a inserção de mulheres trans no mercado de trabalho.

Vídeos — Canal Tempero Drag

Qualquer vídeo do canal Tempero Drag, independentemente do tema que seja abordado, já é um super material para uma aula que trate de diversidade. Isso porque ele é comandado pela Rita von Hunty, uma drag queen que ensina sociologia no YouTube e que tem quase 300 mil inscritos. A Rita oferece aulas cheias de referências bibliográficas e bem-humoradas sobre temas tabus como consciência de classe, discurso de ódio e feminismo.

Os conteúdos da Rita são bem profundos, por isso, indico que sejam trabalhados com alunos mais avançados. Mas nada te impede de pegar na internet um texto sobre o trabalho dela (e há muitos) e levar o tema para uma discussão em aula. Uma sugestão é este aqui, que foi publicado pela revista Claudia.

Texto — Daniele Torres (sócia da KPMG Brasil)

Trabalhei esse relato da minha xará com alguns alunos de português para negócios e tivemos discussões muito ricas sobre diversidade no mundo corporativo.

No texto, a Daniele conta como foi feito todo o processo no qual se assumiu trans para uma empresa toda, na qual ela já ocupava o cargo de sócia. Em meio a ataques de pânicos e crises psicológicas muito profundas, Daniele conta como conseguiu encontrar apoio dentro da própria empresa para poder ser quem realmente é.

Ah, como material disparador, usei um vídeo institucional da própria KPMG, disponível neste link, sobre o comitê de diversidade que existe lá, nos quais são explicados todos os programas da empresa, dentre eles o Voices, do qual Daniele faz parte.

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